Olá!

Nossa história se inicia com a trajetória do Dr. Ib Valdemar Andersen no atendimento aos candidatos .

 

“Nos represente bem lá fora”

 

Essas eram as palavras de despedida que meu pai, Ib Valdemar Andersen, dizia aos candidatos que passavam por ele para fazer exames para obtenção do visto para Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

 

Há mais de 50 anos atrás, meu pai, foi convidado pelo governo britânico para atender aos candidatos que estavam pleiteando o visto para estudar, trabalhar, visitar por mais de 6 meses ou mesmo imigrar para o Canadá. Algum tempo depois, passou a fazer esses exames para quem ia para a Austrália e depois para Nova Zelândia.

 

Ele, médico da colônia, era solicitado para atender representantes que vinham com suas famílias para o Brasil. Quando necessitavam de um médico, ele os atendia. Por fazer um bom trabalho e falar bem inglês, lhe foi proposto atender, os candidatos que, daqui do Brasil,  pretendiam ir para o Canadá.

 

E foi assim que tudo começou.

 

Durante muitos anos, ele foi o único aqui no Brasil há fazer esse trabalho. A documentação: formulários preenchidos, cópias dos exames e as chapas de radiografias com seus laudos, eram colocadas em um envelope, seladas e enviadas por Correio (Federal Express e DHL Express) para Trinidad/Tobago.

 

Alguns anos depois, preocupado com o avanço  de sua idade e pelo aumento deste trabalho, externou a necessidade de ampliar o quadro de médicos credenciados para fazer esse trabalho.

 

Quando foi autorizado, ele apresentou o Dr Dankwart Schreen, que foi aceito. Ele é integrante do Panel Brasil, até hoje.

 

Em 2012, foi comunicado que Canadá, Austrália e Nova Zelândia, se uniram e criaram um sistema único, o eMedical, por onde as documentações seriam enviadas e não mais via correio. Os formulários passariam a ser  preenchidos online, os exames de sangue anexados em áreas próprias e a radiografia, inserida diretamente pelos médicos radiologistas credenciados para isso. Eles enviaram extenso material para preparação e entendimento de como seria essa nova forma de envio.

 

Meu pai com 82 anos, achou que não poderia mais continuar esse trabalho, já que nunca foi “adepto a informatização”. 

 

Eu , Cristina Andersen (filha), fui estudar o material enviado e verifiquei que seria fácil adaptar o consultório a essas novidades.

 

Com a ajuda da Rosemeire (assistente administrativo) estruturamos o consultório com internet, um computador com câmera fotográfica e impressora. Tudo conforme padrão solicitado.

 

Em abril de 2013, vieram, da Austrália (sede do sistema), para nos treinar.  Lembro-me que ficamos na sala de aula que tínhamos nos fundos do consultório. A equipe a ser treinada era: minha mãe, com um computador, meu pai com um computador e eu, junto com a Rose, com outro computador. Terminado o treinamento, perguntamos quando iniciaríamos com o novo sistema: “_ Amanhã, respondeu. Assim que receberem seus logins e senhas”. 

 

Meu pai continuou trabalhando e fazendo as anotações nas fichas, como sempre fez, e criamos formulários no padrão do eMedical para serem preenchidos por ele, durante a consulta. Esse material era levado para casa e a noite, quando eu voltava do trabalho (morava com eles), ajudava meu pai a inserir todas as informações no sistema. Ele foi me ensinando tudo que podia. Os processos foram evoluindo e melhorados até chegar ao que é hoje.

 

Como ele só atendia no período da manhã e tínhamos bastante procura, convidamos a Dra Adriana Zatta para fazer esse trabalho no consultório, atendendo alguns horários no período da tarde.

 

Em outubro de 2015, após passar por um treinamento com meu pai, conseguimos credenciar a Dra Adriana para atender Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Em agosto de 2017, foi a vez da Dra Ana Maria Misael da Silva, que entrou para a equipe dividindo os atendimentos com a Dra Adriana no período da tarde. Fomos os pioneiros, no Brasil, em ter mulheres médicas no quadro do Panel. Isso agradou muito os candidatos do sexo feminino, que se sentiram mais a vontade ao serem atendidas por médicas.

 

O consultório passou a atender em tempo integral (segunda à sexta das 9 hs às 17 hs) e exclusivamente, os candidatos que precisavam de exame para o visto. 50 % dos médicos de São Paulo, que faziam esse trabalho, ficou concentrado no consultório.

 

Em 2018, por um processo de redução do quadro do Panel (50%), fomos descredenciados para atender Austrália e Nova Zelândia e passamos a atender apenas Canadá. Foi uma decisão de processo e não de qualificação ou competência.

 

Em julho 2019, com 89 anos, meu pai parou de atender, por um problema de saúde, mas ficou no comando do consultório, acompanhando os processos, sendo o suporte das médicas e da equipe toda. Durante esse período, iniciamos a mudança do consultório para Clínica. A documentação e a licença saiu em 16 de março de 2020, mas, por conta da pandemia, só conseguimos trabalhar como clínica, em dezembro de 2021. Mas não paramos.

 

No dia 20 de abril de 2022 , meu pai faleceu, me deixando no comando da clínica com uma equipe bem treinada para fazer esse trabalho com competência e rapidez.

 

Em setembro de 2022 conseguimos ser credenciados para atender candidatos para a Nova Zelândia e agora em maio de 2023 conseguimos ser novamente credenciados para atender a Austrália.